sexta-feira, 30 de dezembro de 2011 0 comentários
Sentimento medieval, dantesco,
Seduz-me sinfonicamente em meus ouvidos,
Sons flamejantes, ai coração, minha dor,
Sinto a falta pretérita de ti,
Sofro ao lembrar, estou perdido?

Alimento, dor miserável, teu cálice.
Alitero-me em lembranças etéreas,
Acometo-me em prisões severas
A zuada que pulsa do meu sangue,
Aziaga estrela sem céu!

Umedece meus lábios, não!
Unifica, se puder, minha carne à tua,
Um momento apenas;
Universa-nos somente
Utopicamente em meus devaneios.

Desejo, eu e você,
Dama do meu medo:
Destino desenfreado
Desatina-me encabrestado,
Dor, estanca-me de uma só vez!

Ainda que me ame?
Ai, bem sei desse cântico!
Ainda pensa assim?
Ai de mim!
Ainda não roubou

De vez meu ser.
Deveras deixei o teu pedaço
Descalço no chão frio;
Dentro de mim apenas
Desilusões.

Espero, sim, sem ti!
Enquanto no término
Este chato e provável
Enleio me desperto
Em outra dimensão.















quarta-feira, 14 de dezembro de 2011 0 comentários

Um breve Soneto

Aroma de tua boca, sabor de goiaba melificada,
Dos teus olhos negros, me perco na imensidão,
Me acho em tuas mãos que me afagam,
Me divirto com loucuras e desejos alheios.

Quem sabe um dia isso tudo termine.
Direi: no meu ser, restou a fenda
Que emana a saudade e a raiva
Da plenitude efêmera do tempo.

Ah! Então, me explore, me use, me invada
Me ponha a perder, menina, com teu jeito,
Faz violência com o nome amor

E fazer dele, um insaciado momento,
Enquanto, te desejo, te quero, te venço,
Antes que um dia me sinta só com minha dor.   
domingo, 11 de dezembro de 2011 0 comentários

Quando Cheguei em Jequié

De repente, me vi nesta cidade
Chamada Terra do só,
Cidade boa, carismática,
Onde de urubu tenho dó,
Lá bem longe, atrás das montanha
Engraçado que vi, bicho voa, se abana!
Vixe, que faço nessa terra, D. Filó!

Me assustei troçentas vezes
Das esquisitices daqui,
Faltou bujão onde eu tava,
Com fome não fiquei ali,
Impruvisemos um ovo frito
 Exposto, debaixo do Só vivo,
Na Frigideira, milagre o que vi!

Minha gente, nada ficou bão,
Despidi de Filó, chorou, tadinha,
Mas sair pro outro lugar,
Era tarde, domingo, pra ver mainha
Aprontei a jumentinha pra chegar lá
Prerguntei: Quem vai me alumiá?
Fui bem devagar, eu e a jumentinha!

E num é que a danada acustumada
Com o Só de rachá os pulmão,
Quem se deu mau, fui eu,
Fartou água, paciência, e palavrão,
Eu tão angustiado, que Só miserávi!
Vagarosamente na estrada que vi,
Num era Saara, mas deserto do Sertão!

Meu relato cumprido por demais
Ispía, é só primeira parte a contar.
A outra? Espere, tô criano,  
Se o Só quente me deixá pensar,
Falar do meu Sertão - Jequié,
Cidade do Só de bonitas muié,
Anésia Cauaçú, cangaçeira de lá!  
sábado, 3 de dezembro de 2011 0 comentários
Era um início para o fim e neste o caos; e neste a dor; e neste o silêncio; e neste a cura; e naquele toda minha         humanidade em alta voltagem.
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011 0 comentários
Linda rosa se desabrocha,
Infeliz-mente... e daí?!
A linda rosa se desbota.
Infeliz-mente... e nós com isso?
Coitada da rosa que, outrora,
Exalava perfume indiscreto
Embriagando-nos, a nós todos, de resto,
Infeliz-mente!
Podre rosa sem cheiro:
Sem cor, sem desejo, sem enleio.
Não espere outra primavera
Infeliz-mente...
Tente!
Minta!
Grite!
Diga quem é, rosa...
Com falsificamentos,
Sem cor, sem desejo, e sem enleio.
terça-feira, 1 de novembro de 2011 2 comentários
Existe um vazio
Existencial
Em nós
Enquanto o tempo passa
Esse vazio
Esvazia-se
Enquanto o tempo passa
Esse vazio
Enche-se
Enquanto o tempo passa
Esse vazio
Esvai-se
Enquanto o tempo passa
Esse vazio
Embebeda-se
Enquanto o tempo passa
Esse vazio
Enamora-se
Enquanto o tempo passa
Esse vazio
Emancipa-se
Enquanto o tempo passa
Esse vazio
Emite-se
Enquanto o tempo passa
Esse vazio
Entedia-se
Enquanto o tempo passa
Esse vazio
Elimina-se
Enquanto o tempo passa
Esse vazio
Existencial continua em nós...



sexta-feira, 21 de outubro de 2011 2 comentários
Num vazio introspectivo dentro de mim
A voz que brama vem da minha dor,
E calado olho e penso o quanto me reinventei,
O quanto me custou para haver o que nunca tive.
E quando me desencanto canto para mim
Melodias de incertezas e friezas ironicamente
Um faz de conta num teatro mágico.
Eu, na platéia de mim, via palco vazio
Era o luto das escolhas que fiz.
E via simulacros errantes
Como dogmas, seduzindo-me!
Via um foco de luz circunscrito fora mim
Eu na platéia ria das loucuras que fiz.
Era eu. No palco de mim, reinventando-me.
Eu era o inicio sem fim, mesmo em decomposição
Do meu ser que agora se refaz inconstante.
Eu no palco de mim num teatro insólito,
Só um foco de luz: era eu reiventando-me!
quarta-feira, 19 de outubro de 2011 0 comentários
Descamou-se da minha pele
Seu cheiro
Caiu no chão frio fragmentação
De desejos.
Espalhou-se ao ventilar impregnando
O lugar
Seu cheiro, os desejos e o Tejo
na memória.
O desencanto de nos éramos
Numa ode!
Um triste fim esteticamente
Encantado.
Minha pele se desbota numa
Cor Ardida
Dolorida vida enquanto
Renasço.
E no chão frio eu  olhando:
Resquícios
Entôo um canto montando
Meu enredo.
terça-feira, 18 de outubro de 2011 0 comentários

Medo
















Passa-te de mim este cálice
Cálice este que não me contento,
Este calar sôfrego,
Um padecer calado,
Mas atônito com estas vozes,
Simulacros de incertezas
Perigo do proibido,
Perigo este que confronta a razão,
Razão esta que não se fagocita por um simples desejo,
Mas permanece o cálice de mim, intraquilo, introspectivo,
Ah... Vida! Nos enreda em destinos desconhecidos
O que será de nós daqui a alguns instantes?
sexta-feira, 14 de outubro de 2011 0 comentários

Livres

Pesa-me a indumentária melancólica
influenciada pelos poetas românticos.
A minha evasão é outra,
Não o prazer pelo perdido perene,
Idealizando-o em outra dimensão.
A minha evasão é a invasão no meu mundo introspectivo
de definir meus sentimentos, transformando em novos rumos!
sexta-feira, 30 de setembro de 2011 1 comentários

Devaneios indiscretos

Carrego dentro do peito
Esta coisa inconstante,
Ora meu amigo e inimigo;
Profeta ou trovador errante.

E meu canto ecoa calmo
Imperfeito e constante
Ao mito grego conjugado
Dono de utopias indiscretas

E em súbitos desconcertantes
Me perco e me acho
Várias vezes: e não defino!
Pobre alma minha: coração errante!
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Consolo

Apesar dos meus pesares,

Resta-me o consolo:
Tão débil e frágil consolo
Tão crédulo e utópico consolo
Tão medíocre e insólito consolo
Tão efêmero e sensível consolo
Tão repetitivo e criativo consolo
Resta-me apenas o consolo
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Minha morte Diária


Sepultei-me mais uma vez,
E não me despedir de mim.
Despir-me a sete palmos à solidão
Reinventando-me.
E, numa crítica banal, me perdi...
Contive-me em dizer:
Deti-ve-me em querer-te
Quando, no Jazigo, uma não-dor;
Timidez ao ver-te, verte-me
 Por não dizer e
Onera louco coração
Sem ação – me divirto
O que sinto, se sinto esse platô-nicismo,
Fugaz é querer-te.
domingo, 18 de setembro de 2011 2 comentários

Amorzinho...

Não te quero por medo
Nem por insana pressão consciente.
Quero-te, assim: um amorzinho
Um pouco de leveza com carinho.

Metade doçura sem melificar
Esta paixão entranhada
Que arde em mim e beijar-te
Amorzinho, menina, me-ninar, meu denguinho...

E nos afagos de tuas mãos
E nos encantos dos teus olhares
E no desejo irrefreável
Haja amor, paixão, cumplicidade.

Amorzinho...
Conversas soltas e besteiras
Risadas alheias de um simples querer bem...
Que nos faz bem (...) um amorzinho!
 
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