quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012 4 comentários

Platôni-cinismo


Platônico amor que me enreda
Durante o tempo que já é fugaz.
Querer é perigo que não espera
Viver é martírio que o tempo faz

Platônico amor que não se cansa
Durante a vida que me seduz
Esperança tola que me amansa
Razão, por aonde me conduz?

Ah, platônico amor que me instiga,
O que sinto é desejo sem céu,
Briga carnal que tanto me intriga
Pedaço de ser ali no copo de fel

Amor platônico, deixe-me em paz!
Pare de me seduzir com estultícia...
Vês meu coração no jazigo que jaz
Fel, carne, dor no prato de malícia.

Platônico amor, não sabes, seu idiota,
Dos risos que me fazem bem?
Diga-me, ainda há poeta que chora,
Ou poeta que venera a dor que tem?

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012 2 comentários

Dói – pensar que tudo pode ser tão efêmero
Quando se quer que saudade e medo
Se sabotem em desejo.

Então, lavo minha alma tão desatinada
Sinto que encarecidamente
Está enlutada.

(risos)

Ironicamente,
Meus devaneios são vinho
Que se embriagam bulinando na mente.

E assim,
Meu sangue não se arrefece
Mas padece um pedaço de ser em mim.

(silêncio)

Dói - Querer te ter na alma
A lua pendurada no céu
Alva.

A lua no céu calma,
Lu-a-no-céu-tu-a
Alma.
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012 2 comentários

Eu "te amo" porque não é um dever,
É um direito meu; amar-te, querer-te!
Tão meu que duvido até se é amor.
Duvido de mim, do contexto, da vida!

Penso: há quem diga: definir o amor!
“Te amo” ?! Porque não é paradigma.
O meu “te amo” é comportamento,
É razão, é querer-te e expectativa.

Esse tal “te amo” é ternura e tempestade,
De perto calmaria; de longe ventania,
Ainda que não ecoe tanto: “te amo”...
Do quanto sinto, vivo e morro de saudade.
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Beijo-te e não me canso em dizer-te
O quanto provo da tua boca genuína
Enquanto acelera meu pedaço carnal
Coração que em pecado se santifica.

E tanto que gosto de teus lábios, mel,
Tiro teu sabor vitalizador, tão vital
Que do céu brotou promessas, sonhos
E na terra, meu desejo é angelical.

E dentro de mim, nasce tímida e escondida
Nossa poética tão comum a dois, centrífuga,
Sem pressa, sem destino certo e momentos

São músicas sutis que mexem sem querer,
Quem sabe beijos, quem sabe sentimentos
Como risos de nós, ao outro, querer dever.
 
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