terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Abstração


Vejo! Longe e tímida
Uma nuvem tão cinzenta
Que propaguei dentro de mim
A tempestade hipotética.

Não era pra chover daquele jeito.
Era para serem chuviscos e frescor.
E água divina, purificando-nos,
Corpos embanhados por amor.

Mas, um repentino dilúvio
Armado, nuvens densas
Se aliteravam paulatinamente:
Caóticas, dramáticas e dantescas.

O silêncio delas me ensurdecia,
Fitando-as, e quem me olhava,
Continuamente, desprezo e dor,
Eu de resto em carne viva!

Agora, meu ser se reinventa.
Readmite-se com a razão,
E se cura pela dor e com
Meus devaneios; apenas inspiração.

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