Num vazio introspectivo dentro de mim
A voz que brama vem da minha dor,
E calado olho e penso o quanto me reinventei,
O quanto me custou para haver o que nunca tive.
E quando me desencanto canto para mim
Melodias de incertezas e friezas ironicamente
Um faz de conta num teatro mágico.
Eu, na platéia de mim, via palco vazio
Era o luto das escolhas que fiz.
E via simulacros errantes
Como dogmas, seduzindo-me!
Via um foco de luz circunscrito fora mim
Eu na platéia ria das loucuras que fiz.
Era eu. No palco de mim, reinventando-me.
Eu era o inicio sem fim, mesmo em decomposição
Do meu ser que agora se refaz inconstante.
Eu no palco de mim num teatro insólito,
Só um foco de luz: era eu reiventando-me!