quarta-feira, 20 de agosto de 2014 1 comentários

Furdunço das lendas



De repente, me vi nesta cidade
Chamada Terra do só,
Cidade boa, carismática,
Onde de urubu tenho dó, *
Lá bem longe, atrás das montanha
Engraçado que vi, bicho voa e se abana!
Vixe, que faço nessa terra, D. Filó!

Me assustei troçentas vezes
Das esquisitices daqui,
D. Filó, sentada, na porta de casa,
Contou a última do saci, *
Perguntei: Saci? D. Filó, Tu ta doida?
Então, a véa se levantou meio afoita,
Dizendo que não é de mentir.

Me preocupei se tava esclerosada,
Mas contou com tanta firmeza,
Que, cabra macho que sou,
Tive medo da estranheza. *
Disse: bicho que só tem um pé,
Sua carruagem num redemoinho é
O rastro de esperteza.

Moço, aquilo que a véa me contou
Num era coisa de Deus não...
O dito cujo do saci tava injuriado,
Sartou só com uma mão *
E muntou numa mula-sem-cabeça
Em busca do litro de cachaça
Gritano, Currupira, seu ladrão.
  

D. Filó, disse que acordou assustada
Com os grito do saci nervoso
E na butuca da janela bizonhou
O monstro currupira cauteloso *
Espreitando o danado do pêrêrê
Que só queria fuzuê
Na praça chamada trancoso

Aí apareceu o bicho papão
Como o delegado, pra resolver,
De um lado saci, do outro currupira
Era meia-noite, quem ia ver? *
Quem era doido de sair?
Vi tudo até o boitatá surgir
Bradano: vou me intrometer!

Eita diacho, que duelo vi...
Podia morrer, bater as bota
Depois de ver as lenda
Ao vivo e a cores na porta *
De lá de casa, mió que firme
Da TV, da novela, tudo livre,
Sou uma sortuda ou tou morta?

Que nada... O pêrêrê perdeu a causa,
A cachaça roubada nem era dele
Nem era do selvagem currupira,
Era da fera mais feroz que teve *
Em tudo que já existiu
Nesse mundo estranho surgiu,
Lobisome, na mão com porrete.

Corre! Corre! pega, pega, é lobisome
Chegou para botar ordem e disse
Se currupira tá com a cachaça
Pois que o pêrêrê visse, *
Botano culpa no pé pra trás
Pra ter cachaça de mais
Eu conheço suas peraltice!

Mas como hoje é dia de nós
Folclore é coisa de humano,
Somos imaginação do povo,
Pra que ficar brigano? *
Vamos festejar nosso dia,
Aqui, faz tempo que não via
Nós na cantiga dançano.

Então da confusão, virou festa
As lenda cantou cantiga
Fez da vila um folclore
E eu, Filormena Margarida, *
Os bicho ressurgir; foi ilusão?
Num sei! só sei que foi bão,
Ver as lenda tudo unida!!!


E disse: essas coisa se sucedeu
Ispía, tudo é real e pode contar.
Pra fí, cumpade, sogra, desafeto,
Rapariga, cunhado até cansar, *
Só num esquece que foi muié
Que contou as lenda de Jequié
Eu, D. Filó, não sou de inventar
sábado, 27 de abril de 2013 0 comentários

Farol da Barra


Enquanto o sol se esconde,
Nesse mar cego e sereno,
Verei meu ser se pondo,
Terei a poesia por perto.
E quando a noite chegar
Diante desse mar negro,
Estarei sentado absorto,
Verei o quanto estou cego.

quinta-feira, 25 de abril de 2013 4 comentários

A ZUADA


Ouço no labirinto,
No início do beco
Da minha mente,
Aquilo que grita
Na minha consciência;
Várias vozes orquestrando
Meus pontos de vista
E meu maestro, Silêncio,
Me ensinando a ouvir
Para não falar
Desnecessariamente
Apenas na hora certa: A Poesia!

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013 3 comentários

Amar-se: doar-se




O que mais me intriga no amor
É sua espontânea impetuosidade
Que nos eleva a senti-lo...
Senti-lo transcende à teoria,
Multifaceta-se na prática
Sem perder sua essência do amar: doar-se.
Amar: doar-se
Doar-se: amar-se.
Quem não se ama, ainda não entende o amar,
Porque cada um doa o que tem.
Amar-se: doar-se
domingo, 23 de dezembro de 2012 3 comentários

Continuidade

(...) encontros poéticos,
Lírica e devaneios,
Abraços, respeito e afetos.
Risos extravagantes,
Palavras que se Repetem,
Momentos, músicas e gestos.
Há quem diga que amar...
É um mar premeditado.
Amar é lirismo, é convívio,
É viver saciavelmente insaciável...
quarta-feira, 7 de novembro de 2012 1 comentários

Roteiro.




De resto, o fim
é outro começo.
Enquanto a vida se multifaceta,
a dinâmica dela me encanta:
a trama, o drama, a dama.
domingo, 28 de outubro de 2012 2 comentários

Minha Penitência...


Quero-te ao meu lado em risos alheios
E nos enleios de uma ode inusitada.
Quero que tua pele
Ao toque da minha se eletrize
Por mãos devaneadas.
Quero-te ao som ofegante no ouvido
Do nosso canto lírico
Suave e Sussurrante...
Quero teus lábios quentes,
De paixão ardente em nossa alma,
Toques sutis e apertos de sede ao pote.
Quero-te tão impregnada no meu ser,
Ao ponto de ter loucura e fantasia;
É teu beijo, é teu calor, é teu amor,
Que me faz delirar em poesia! 
terça-feira, 23 de outubro de 2012 5 comentários

TEU BEIJO...


É que me encontra:
À minha alma;
Coabita com o meu
Teu beijo...

É teu beijo, o elo do meu,
Esse pecado que se santifica,
Ébrio por ser,
Descontente com a despedida.

Se esvaísse teu beijo
Ao vento do destino, ah...
Caberia uma odisseia
No meu coração perdido!
terça-feira, 13 de março de 2012 0 comentários

Duelo


O meu ser verte num querer tão sutil,
Que me sinto atado pela força
Humana, dual, inconstante,
Quem sabe um trovador errante...
O quanto preciso de Ti, Oh Deus!

E pensamentos se fagocitam
Na minha mente plástica,
Fantástica, Emblemática, sensível;
Paro e vejo a zuada do silêncio...
O tempo é fugaz e moroso!
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012 4 comentários

Platôni-cinismo


Platônico amor que me enreda
Durante o tempo que já é fugaz.
Querer é perigo que não espera
Viver é martírio que o tempo faz

Platônico amor que não se cansa
Durante a vida que me seduz
Esperança tola que me amansa
Razão, por aonde me conduz?

Ah, platônico amor que me instiga,
O que sinto é desejo sem céu,
Briga carnal que tanto me intriga
Pedaço de ser ali no copo de fel

Amor platônico, deixe-me em paz!
Pare de me seduzir com estultícia...
Vês meu coração no jazigo que jaz
Fel, carne, dor no prato de malícia.

Platônico amor, não sabes, seu idiota,
Dos risos que me fazem bem?
Diga-me, ainda há poeta que chora,
Ou poeta que venera a dor que tem?

 
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